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O MBG.Doc é um programa do Mesa de Bar do Grêmio que traz a história do tricolor no formato de podcast.
E no programa de hoje vamos falar de uma lenda recente. Um ícone que deixou marcado o seu nome no rol de grandes jogadores do clube. Um craque que nos deu o título mais cobiçado pelo torcedor gremista e alcançou o patamar de Rei da América.
Essa é a campanha “Que Pedazo de Gol”.
Luan Guilherme de Jesus Vieira, conhecido apenas como Luan. Ou, nos nossos corações idealizadores: Luanel Messi.
Nascido em São Paulo no ano de 1993, Luan começou a carreira em um clube pequeno do interior paulista e ganhou destaque na Copa São Paulo de Futebol Jr jogando pelo América de São Paulo. Na competição fez 6 gols, sendo um deles no empate com o Flamengo que eliminou o gigante clube carioca da competição. Luan já estava predestinado a crescer nos momentos decisivos.
Luan chegou nas categorias de base do tricolor em 2013 e no ano de 2014 já estava evoluindo e chegando ao elenco profissional. Talvez pressionado pelo fato do Grêmio estar sedento por um título e carente de bons jogadores, ao ver que o jogador tinha um talento especial, já avançou no processo.
Sua estreia com a camisa tricolor foi no dia 19 de janeiro de 2014 no jogo contra o São José no Passo D’areia em Porto Alegre. O Grêmio saiu derrotado nessa partida sob um calor de 39º. 10 dias depois da estreia, Luan jogou contra o Brasil no Bento Freitas em Pelotas e marcou seu primeiro dos 77 gols com a camisa do Grêmio.
O ano de 2014, num processo de evolução do time e do próprio jogador, ainda pudemos ver Luan marcar mais 8 gols na temporada, totalizando 9 e sendo o vice-artilheiro daquela temporada. Luan, um meia-atacante, já mostrava uma de suas característica fundamentais. Estava fadado a ser artilheiro.
Outro fato marcante da temporada de estreia do nosso “menino de ouro” foi o GREnal 403 na Arena. O Grêmio vinha de uma sequência de 2 anos sem ganhar do inter e no aniversário do então técnico Felipão, aplicamos uma sonora goleada no rival. 4 a 1, fora o baile.
Luan, já com faro de gol, abriu o placar na goleada tipicamente como centro-avante, aproveitando um passe cruzado na pequena área adversária. Além do gol, nosso meia-atacante também deu a assistência para o gol do Ramiro, o segundo da goleada.
A história estava começando a ser escrita.
Veio 2015 e a chegada de Roger no comando técnico talvez tenha sido fundamental para a evolução do clube como um todo e principalmente dentro de campo. Nessa temporada Luan fez 18 gols em 58 partidas e cada vez mais víamos um jogador capaz de controlar o jogo no meio, bem como ser fundamental no ataque.
Nessa temporada também não veio o título tão desejado pelo tricolor, mas a história estava nos propiciando momentos fantásticos contra o maior rival e vamos listar aqui 5 motivos pra isso:
Giuliano, Luan, Luan, Fernandinho e Rever (contra).
A data era 09 de agosto de 2015 e o Grêmio já dava mostras de um futebol que viria a ser exuberante nos próximos dois anos. Patrolar o rival foi mais uma amostra do que aquele Grêmio viria a fazer e do que Luan foi capaz de fazer também.
E aí, chegamos em 2016. Um capítulo à parte na história tricolor. A pressão cada vez maior sobre o clube para conquistar um campeonato e nossa esperança vinha de jogadores não tão renomados, algumas dúvidas mas uma certeza: Luan.
Nessa temporada, Luan começou mal, assim como o Grêmio de Roger. Tivemos o famoso dia das pipocas no treino. Um bando de idiota se deslocou até o CT para jogar PIPOCA no Luan e em outros jogadores. Se arrependimento matasse, hein?
Luan já figurava nas convocações para a Seleção Olímpica Brasileira que viria a disputar os jogos do Rio 2016. E apesar de ser um nome constante, iniciou a competição internacional no banco de reservas. Mas o Brasil vinha jogando mal e até a imprensa questionava o porquê de um jogador tão promissor ser pouco aproveitado.
Eis que na última rodada da primeira fase da competição, o treinador Rogério Micale pressionado se viu obrigado a colocar Luan para jogar. E aí, a história foi feita com o Brasil conquistando pela primeira vez a medalha de ouro no futebol. Luan entrava para a história da camisa amarela e estava prestes a entrar pra história da camisa tricolor.
Para quem acompanha o Mesa de Bar do Grêmio há mais tempo, sabe que nas últimas temporadas nós fizemos a escolha do gol tricolor mais bonito do ano ao final da temporada. E o nome desse Prêmio é uma homenagem ao jogador: Prêmio Luan de Gol Mais Bonito.
Esse nome veio pelo golaço que o jogador fez na partida contra o Cruzeiro pela Copa do Brasil. O Mineirão foi palco da pintura na semi-final que o Grêmio venceu por 2 a 0 e encaminhou a classificação para a final da Copa que viria a conquistar.
Aquele foi o gol solitário do jogador na competição, mas o nível de excelência que ele e o time mostraram ao final, já vale o prêmio. Não podemos deixar de lembrar que o Grêmio passou por momentos conturbados na metade da temporada, fazendo com que o Roger deixasse o comando técnico para assumir o nosso ídolo Renato.
Na temporada de 2016, a menos artilheira, Luan fez 12 gols, mas a contribuição para os títulos dos jogos olímpicos com a seleção e a Copa do Brasil com o Grêmio glorificaram a temporada.
Não dá para falar de Luan e não lembrar do “reizinho”. O Rei da América. O Grêmio buscou a sua glória máxima e a campanha da Libertadores 2017 foi extraordinária. Um Grêmio envolvente, brilhante, cascudo, catimbeiro e marcante.
Luan foi um pouco de tudo isso durante a temporada que culminou naquele 29 de Novembro no estádio Ciudad de Lanús.
Mas o que é bom a gente deixa pro final. Então me permitam avançar um pouco na história.
Enfrentar o Real Madrid e CR7 talvez nunca tenha passado pela cabeça do menino do interior de São Paulo, mas o fato é que o menino Luan esteve lá. O Mundial de Clubes não teve o desfecho dos sonhos mas inegável que a experiência é valiosíssima e até isso pudemos disfrutar como torcedores tricolores. CR7 contra o nosso Luanel Messi.
Após isso, uma lesão que já insistia em aparecer, começou a perturbar mais o jogador. Antes do declínio técnico e físico, Luan ainda levantou a Recopa Sulamericana de 2018 em dois jogos contra o Independiente. Adivinha quem fez o gol lá em Avellaneda? Ele mesmo. O reizinho.
Na temporada de 2018, Luan ajudou o Grêmio a chegar na semi-final da Libertadores novamente. Jogos duríssimos contra o River Plate mas que Luan estava lesionado e não pode participar. Ainda assim, na temporada foram 11 gols em 40 jogos do camisa 7.
No ano seguinte, o derradeiro ponto final. A temporada de 2019 não se desenhou muito bem e ainda assim Luan contribuiu demais ao Grêmio enquanto pode. Foram mais 9 gols em 36 jogos naquele ano e mais uma semi-final de Libertadores. Dessa vez contra o Flamengo e por causa da lesão, Luan jogou a primeira partida “meio campenga” e não esteve em campo no fatídico jogo do Maracanã.
O ato final do “reizinho” como grande jogador do Grêmio foi ter alcançado o número de gols de Renato Portaluppi. Na vitória contra o Atlético PR na Arena, Luan fez um dos gols e chegou ao de número 75 com a camisa tricolor, deixando para trás o técnico gremista que tem 74.
Deu tempo dele marcar mais dois ainda naquele ano. Contra o Santos na Vila Belmiro e na goleada sobre o Avaí na Arena no dia 29 de setembro. Depois disso, Luan ficou entre reserva e lesão, frustração e tristeza e um desfecho de certa forma até melancólico já que não fez uma despedida oficial até ser negociado com o Corinthians e deixar o tricolor ao fim de 2019.
Como não terminar contando a história de Luan no Grêmio sem um final feliz? Não dá. É impossível. A alegria que eles nos deu em campo não tem preço.
Na Libertadores 2017 foi um dos artilheiros fazendo 8 gols na competição sendo eleito o craque da Copa. Fez gol contra o Zamora fora e em casa, fez dois gols contra o Deportes Iquique e também fez dois gols contra o Barcelona de Guayaquil na semi-final. Mas o melhor sempre fica para o fim.
“Que pedazo de gol” ficou imortalizado na narração de Walter Nelson da Rádio La Red, da Argentina . Luan fez um dos gols mais bonitos da história da Libertadores e numa final. Fora de casa. Se isso não é craque, meus amigos. Eu não sei mais o que é. Essa temporada de 2017 foi a mais artilheira do Luan. Fez 18 gols em 52 jogos e toda vez que eu falo aqui em quantidade de gols eu fico impressionado como um jogador que é meio-campista consegue ser tão artilheiro.
Não dá para negar que o grupo que o Grêmio montou em conjunto com um time bem organizado fez com que as individualidades se destacassem. Assim como outros jogadores surgiram da base e outros que vieram contribuíram muito para a conquista da taça, um time sempre tem um craque que represente aquele momento. E naquele momento, o craque era o Luan.
O jornal uruguaio El País elege todo ano o “Rei da América”, prêmio tradicional concedido ao melhor jogador da América do Sul. No dia 28/02/18 o Grêmio foi ao Uruguai jogar na estreia da Libertadores daquele ano, mas Luan foi para algo maior. Receber em mãos o prêmio de Rei da América.
Sem o coletivo talvez não estivéssemos fazendo aqui esse MBG.Doc de um jogador. Mas com um bom coletivo, o craque sempre desponta. E nessas 6 temporadas que o Luan esteve vestindo com muita honra a camiseta tricolor, nós pudemos acompanhar a história diante dos nossos olhos e aproveitamos momentos de glórias com títulos e vitórias incríveis contra o nosso rival.
Luan é para o torcedor gremista uma lenda, um craque, um Rei.
O MBG.doc teve pesquisa e locução de Gabriel Pinto. Sonoplastia e pesquisa adicional de Fane Webber. Os gols que ouvimos ao longo do episódio tiveram as narrações de Luiz Augusto Alano, Pedro Ernesto Denardin, Cristiano Oliveski, Galvão Bueno, Nivaldo Prieto, Luis Carlos Jr. e Walter Nelson. O projeto é apoiado pelos Padrinhos do MBG.
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