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MBG Analisa – Jean Pyerre

“Meia clássico e pifador, carrega o DNA do Grêmio” foi o título de uma matéria de 2016 no globoesporte.com falando do Jean Pyerre.

Naquele final de ano vencedor, o Grêmio começaria a apostar as fichas no jogador vindo da base que está desde os 9 anos no clube. Com a maturação no grupo de transição e as frequentes subidas ao profissional, Jean Pyerre foi ganhando espaço e o status de “substituto do Luan”. Mas o que o fez despontar como um grande meia alto, habilidoso, de passe eficaz também está o fazendo sucumbir.

Olhando os últimos jogos do tricolor eu tive a sensação de que Jean Pyerre foi recuando, recuando e ficando cada vez mais jogando longe do gol. Afinal, para um meia “pifador” nada pior do que ter que jogar atrás, bem marcado, dando passes curtos laterais ou então longos lançamentos de um lado ao outro

E de fato, ele está mais recuado do que o de custume. Afinal, o Grêmio joga com as linhas mais baixas e fica menos com posse de bola do que anos anteriores. Em 2018, o Grêmio foi líder no quesito com 57% de posse em média. Em 2019, o Grêmio chegou a ter média de 60% de posse de bola. Nesse último Brasileirão a média caiu para 52%. Numericamente, é pouca diferença, mas já faz muita diferença.

Se a gente olhar para os últimos “meias” do Grêmio, Douglas e Luan, temos na memória muito êxito dos dois, mas também muitas críticas. De fato, até parecidas. Erros de passes, muito lento, corre pouco, não marca… Luan chegou a receber pipocas certa vez num treino.

Mas o que fez esses dois jogarem foi a coletividade. Num time coeso, com posse de bola, linhas mais altas e que impunha seu jogo, a individualidade se destacava. Douglas foi um dos craques daquela Copa do Brasil de 2016. Bom, Luan, nem preciso dizer.

E o Jean Pyerre? O que falta para a individualidade se destacar?

MBG Analisa - Jean Pyerre
Foto: Lucas Uebel

22 anos, vai fazer 23 em maio, com 1.87m de altura, chute forte e boa finalização de curta e média distância, Jean Pyerre vai precisar fazer muito mais que os antigos meias fizeram pois o coletivo do Grêmio atual não favorece a individualidade.

O Grêmio tem um centroavante que se movimenta menos e geralmente tem como companheiros na meia jogadores que são menos dinâmicos. Tanto é que na melhor fase do Grêmio nesta temporada, os meias eram Darlan, Matheus e o próprio Jean Pyerre. Com dinamismo e movimentação rápida para controle e troca de passes, ele e os outros desempenharam melhor.

Outro fator fundamental para a desenvoltura do Jean Pyerre seria o posicionamento mais avançado. Sendo um bom finalizador com chutes de média distância, poderia arriscar mais e quem sabe fazer mais gols. Não a toa, o meia Luan é um dos artilheiros da história do tricolor. Jogava por todo o campo mas mais perto do gol tinha a chance de concluir com frequência. Até mesmo o Douglas foi artilheiro de uma temporada no Grêmio como a gente citou no podcast mesa de bar do Grêmio #341.

Para finalizar, sem concluir, eu particularmente gosto das qualidades do futebol do Jean Pyerre. Ele já fez 96 jogos pelo tricolor tendo marcado 16 gols. Nesse Brasileirão de 2020/21 ele tem uma média 2.7 passes chave para gol por partida. Isso mostra que o talento existe mas que talvez num time mais bem ajustado, ele possa desempenhar melhor. Fez gol no último GREnal, inclusive e se o time não tivesse ido mal, talvez ele teria sido eleito craque do jogo.

Sabe quem fazia gol em GREnal? Luan. Seu antecessor.


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