O último 10 – Ronaldinho Gaúcho

O Mesa de Bar do Grêmio, para comemorar seu 10º aniversário, lança a campanha “O último 10” onde vamos trazer um texto de cada integrante sobre um camisa 10 diferente. Hoje, Anderson Kegler escreve sobre Ronaldinho, o Gaúcho.


O último 10 - Ronaldinho Gaúcho

Ronaldo de Assis Moreira, o Ronaldinho Gaúcho, o maior craque que Rio Grande do Sul produziu e o melhor jogador brasileiro depois de Pelé.

Pode parecer um certo exagero, mas não é! R10 só não foi mais porque não quis, futebol tinha de sobra. Se perdeu na curva dos prazeres mundanos. E quem pode condená-lo?

Ronaldinho estreou no GRÊMIO em 1998 e logo se tornou o astro do time. Jogava fácil, driblava como nunca se havia visto por esses pagos, cobrava faltas com precisão! Tornou-se o terror dos adversários e o orgulho da torcida GREMISTA. Em um dos seus jogos mais emblemáticos com a camisa do GRÊMIO – a final do campeonato gaúcho de 1999 – R10 aposentou o grande capitão do Tetra, Dunga. As jogadas e o gol naquele jogo foram dignas de um gênio do futebol. Assistir ao chapéu que ele aplicou na partida pagou todas as entradas que eu já gastei assistindo infinitos pernas de pau que o GRÊMIO contrata.

E quem esquece que no jogo de inauguração de placar eletrônico do tradicional adversário, R10 acabou com o jogo e vencemos de 2×1? Sim, está lá escrito na história!

Era um camisa 10 clássico? Talvez, alguns podem alegar que ele era mais um ponta de lança ou meia-atacante, ou meia direita, ou meia esquerda… Aqui no GRÊMIO, ele usava a 10 e a honrava. 

Em uma bela manhã de sol R10 saiu do GRÊMIO.

E saiu de uma forma que causou tristeza, revolta, mágoa. Foi-se para o PSG. Mas aqui levanto uma questão que poucos debatem: R10 já era o melhor do mundo, como o foi durante toda a carreira, e seu salário não condizia, era obrigado a ver jogadores velhos e improdutivos ganhando até dez vezes mais do que ele. Essa é uma prática comum até hoje no GRÊMIO! Eu, vocês que me desculpem, creio que também iria.

Paris, euros, futebol de qualidade, vitrine para times maiores. Paris, só quem não conhece cogita ficar em Porto Alegre! Farei aqui uma conjectura: tu, um grande engenheiro, mas bom mesmo, o melhor, trabalhando em uma montadora aqui no RS, recebendo menos do que vários engenheiros piores que tu, improdutivos e de repente, não mais que de repente, a Renault te oferece uma vaga para ser o engenheiro chefe deles, me conta aí bonitinho: tu recusarias por amor a quem te deu o primeiro emprego? 

É óbvio que eu fiquei bem chateado na época. 

Nunca desgostei dele como jogador, sempre gostei de vê-lo jogar. Fez um Copa do Mundo espetacular em 2002. Mas eu não sou daqueles que fica idolatrando jogador de futebol, não espero mais do que aquilo que ele mostra em campo.

Sua volta para o Brasil encheu a torcida GREMISTA de expectativas. Não veio, preferiu o Flamengo, o que está bem, mas que não desse a entender que vinha. A torcida estava pronta para recebê-lo! Isso sim, pareceu má intenção.

Sei que esse não é o texto rancoroso e acusatório que muitos esperavam! Pensem bem, analisem, observem as direções gremistas ao longo dos anos, vejam as contratações, os jogadores que vieram e colocaram nossos jovens no banco, atrasaram por anos a titularidade de jogadores que depois se mostraram dignos da camiseta. Se tu tivesses o talento do R10, ficaria aqui esperando a boa vontade de quem não entende absolutamente nada de futebol para receber o que tu fazia jus em campo? Não esqueçam, futebol para o jogador é um emprego, ele vive disso. Paixão, eu_te_amo_GRÊMIO, faço tudo pelo meu time e outras hipérboles são ótimas para quem não depende do futebol para viver.

Que vocês me odeiem pelo texto, pelas frases, mas odeiem sabendo que o que eu disse é a verdade.

No mais, desafio alguém a não sorrir assistindo os dribles d’O bruxo pelo GRÊMIO, pela Seleção ou pelo Barcelona.



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