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Saudações tricolores!
O programa de hoje é especial para a campanha “Que pedazo de Gol”. E por isso vamos falar exclusivamente dele, do reizinho, Luan. Números da passagem de seis temporadas pelo tricolor e também uma análise de como um meia atacante conseguiu ser além de um ótimo assistente, artilheiro.
Na passagem pelo Grêmio foram 293 jogos e 77 gols marcados, ultrapassando inclusive a marca de gols do Renato, justamente quando este era o treinador. Artilheiros da temporada 2017, foi também artilheiro da Libertadores e é o segundo maior artilheiro gremista da Arena.
É impressionante como um jogador que tinha características de meio-campista conseguia ser tão efetivo para deixar a bola na rede. De fora da área, de dentro, como 9, como falso 9, cabeceando… De todos os jeitos, Luan contribuiu demais para as conquistas da Copa do Brasil, da Libertadores e da Recopa.
Não dá pra definir exatamente como Luan atuava nos dois times em que se destacou no Grêmio. No de Roger, no caminho para o título da Copa do Brasil, ele jogava como o famoso “falso 9”, variando com Douglas entre ataque e meio. Já no Grêmio do Renato, era um “10” que circulava pelo campo e fazia a bola circular aos demais atletas.
Vamos relembrar alguns jogos para mostrar essa diferença de eficiência em cada setor do campo e de como ele tinha visão e leitura dos espaços para participar do jogo o máximo do tempo possível.
O primeiro jogo é o confronto contra o Atlético MG pelo Brasileirão de 2015. Partida no Mineirão em que o Grêmio venceu por 2 a 0 e o Douglas fez um gol espetacular de uma jogada que nasce na lateral direita defensiva. Esse Grêmio já dava mostras do que viria a fazer nos dois anos seguintes.
Aos 40′ do primeiro tempo a gente tem o antológico gol do Douglas. E o que chama a atenção nessa jogada iniciada no setor defensivo, é o deslocamento do Luan no espaço do meio e a simplicidade para dar sequência na jogada. Ele dá dois, três passos em direção ao buraco que o time do Atletico deixa e vira uma opção de passe rápido para a saída de jogo. Leitura dos espaços é fundamental para um atleta de alto nível.
Nessa jogada ainda, talvez muitos não percebam pois a conclusão do Douglas é perfeita, mas o Luan acompanha na corrida o desenrolar e o Grêmio chega na área adversária num 4×3. Ao acompanhar a jogada, Luan se torna mais um na superioridade númerica na fase de ataque e se o Douglas não quisesse chutar a gol, poderia fazer o cruzamento para o Pedro Rocha que entrava livre no lado oposto.
A movimentação do Luan atraiu um dos zagueiros do Atlético que deixou exposto o lado esquerdo de defesa. Fundamental também é jogar sem a bola.
O Mineirão é quase um salão de festas tricolor. Foi lá também que o Luan fez o gol que levou a gente a criar o Prêmio Luan de Gol mais maravilhoso.
A partida contra o Cruzeiro era a primeira da semi-final da Copa do Brasil de 2016 e na jogada o Grêmio ficou trocando passes por mais de um minuto até encontrar espaço. Não dá pra dizer que havia muito espaço no momento da conclusão, mas é aí que a gente vê o craque que decide.
Na imagem abaixo, 3 jogadores na frente e mais dois se aproximando atrás do Luan. Achar um chute preciso ali é preciso ter muito talento e é claro que aí a sorte acompanha. Luan, marcado, acha uma cavada chute no ângulo oposto do goleiro e faz um golaço.
O terceiro jogo é para citar a qualidade de passe do Luan. Esse jogo não é tão emblemático pois acabou não nos dando título ou tampouco era alguma copa. O ano era 2018 e já estávamos quase no fim da era Luan. Na Arena do Corinthians, um jogo do Brasileirão e um contra-ataque gremista de dois jogadores (Luan e Everton) contra uma defesa corinthiana de quatro jogadores em linha.
Olhando o lance hoje de novo, no frame abaixo, nós, meros apreciadores do futebol, não iríamos conseguir achar alguma jogada ali que pudesse ser eficiente.
Há claro a contribuição no lance de ser um goleiro adversário que joga numa linnha baixa, que estava dentro da sua própria pequena área, há também o fator Everton. O Cebolinha é mais rápido. E essa conjunção de fatores permitiu que para o craque, para o jogador diferenciado, houvesse um desfecho para a jogada que certamente outro não teria feito.
Um passe no “ponto futuro”, na medida e com velocidade certeira para o defensor não interceptar e nem o goleiro chegar a tempo. Somente Luan poderia ter dado esse passe pro gol do Everton.
Poderíamos trazer aqui algumas dificuldades que tivemos com o Luan. Às vezes a falta de impulsividade, por outras vezes uma percepção de cansaço. Mas um momento tão vitorioso na história do Grêmio deve ser exaltado pelas qualidades e pelo reconhecimento daquilo que foi extraordinário.
Poderíamos trazer aqui muitos outros lances, gols em GREnal, lances em jogos menos badalados, gol na Recopa. Mas esses três exaltam aquilo que aparecia na qualidade do futebol do Luan.
E é claro que eu não posso deixar de falar do gol na final da Libertadores contra o Lanus. O gol que originou a nossa campanha. Mas esse gol não dá pra tentar ser analista, entender a movimentação para não receber o passe em impedimento, achar espaço entre a defesa onde não havia, a frieza, a categoria. Esse gol é fruto da qualidade técnica e somente dele, do reizinho.
“Que pedazo de Gol”.
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