Uma série de 3

O futebol é um jogo, somente um jogo e nada além disso, qualquer outra designação ou entendimento é pura falta de referencial. Mas um jogo pode ter sua magia, seu encantamento, sua beleza.

Futebol não é jogo de azar, exige técnica dos praticantes, tanto que existe o futebol profissional, e esse arrasta e mobiliza multidões mundo a fora. O futebol, mesmo amador praticado por todos nós em algum momento da vida, produz lances e momentos marcantes, lembranças caras entre amigos e familiares. Todos jogamos bola na
rua, na praia, no pátio, no condomínio, no colégio… enfim, é um esporte simples e por ser simples é magnífico.

Basta uma bola e dois jogadores, está armado o clássico, posta a torcida, pronta a diversão e começa a ser escrita uma séria interminável de conversas e lorotas sobre dribles e jogadas que deixariam um Cristiano Ronaldo com inveja e retirariam a coroa de Pelé.

Existe algo de inacreditável e, por vezes, inexplicável no futebol: às vezes se ganha quando se perde e às vezes se perde quando se ganha! Acredito que, no esporte, só no futebol isso é possível. Mas existe um além, um instante no espaço tempo de uma partida que é sublime, que justifica todo acontecimento, seja ele profissional ou uma pelada na praça. O momento onde é possível sentir a mais pura força divina imaginável pela humanidade. Aquele pequeno lapso entre o 0 e 1 segundo em que o relógio para… o gol!

Não há futebol sem gol! Ele pode não acontecer, mas é tão almejado que um zero a zero é derrota moral do esporte, mesmo quando ele nos favorece. E sobre o gol há uma particularidade: todos podem fazê-lo, todos podem tenta-lo, até mesmo aquele que tem por dever impedir. Porém, existe alguém que nasceu para fazer o gol, nasceu para elevar as arquibancadas aos céus, para fazer temer os adversários. Aquele que justifica todas as táticas e treinos. É nele que a bola deve chegar, é para ele que time joga.

Não precisa ser craque, não precisa ser gênio, não precisa sujar o uniforme, “só” precisa fazer o gol, o resto que comemore. Dizem que ele nasce pronto, que é uma espécie de divindade do esporte. Podem dar a ele muitas camisetas e nomes, mas todos ao olharem para o campo sabem quem é centro-avante.


Anderson Kegler


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